E então eu me dei conta

Percebi pela primeira vez na minha vida, onde estou, e quem sou. E acreditem, foi mais estranho do que eu pensei que fosse. Pela primeira vez eu pensei: "Estou no Brasil, essa terra absurda." Sim, absurda, pois o calor é infernal, o frio é súbito, a chuva é inesperada e o vento ajuda a chuva a fazer desabar terra pra interditar o Túnel Rebolças. E o que podemos fazer a respeito? Nada, a vida está aí, pronta pra ser vivida, mas não sabemos bem o que fazer com ela. Tudo bem que às vezes damos margem à intuição e fazemos o que achamos que deve ser feito. Mas esse "grande feito" não passa de mais um acontecimento comum.

E eu? Eu sou uma grande sonhadora. Uma pessoa que tinha tudo pra ser brilhante em exatas, mas preferiu seguir humanas. Que tinha tudo pra ser a Engenheira mais brilhante, e optou por seguir a utopia de ser professora de Literatura (profissão quase extinta nos dias de hoje). E que optou por ser quem sempre quis ser, se magoou, se recuperou e agora vê que aquilo que achou que era não passava de uma ilusão. E que agora tenta inutilmente se encontrar, mesmo sabendo que só atingimos a verdade absoluta quando analisamos o passado, e isso meus caros, eu não faço.

E estou aqui mais uma vez desabafando minha alma em simples palavras, que um dia parecerão ridículas, ou que podem inspirar nações.

Viva queridos, à nossa dualidade de existência.
E mais um viva, à vida de cada um de nós.